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segunda-feira, 27 de junho de 2011

PÊLO PELO CAMINHO


Pêlo pelo caminho

Um pêlo pelo caminho grudou-lhe na boca. Impedia-a de falar, mas naquele exato momento, não falava: pensava. 


O pensamento foi calado por aquele ser estranho que encostara em sua boca. Parecia mais uma fita enlaçando-lhe o ato de pensar. Parou ali e em vão tentava se livrar do incômodo. O pêlo era persistente... Do que seria? Não tinha animais! Viera do ar, mas de onde seria sua origem?


 Talvez um cabelo seu.

Como um ser estranho podia mexer tanto com algo que lhe era tão íntimo: pensar deveria funcionar independente desse ínfimo ato externo. Pensava algo tão importante! As ações para mais adiante, no dia que ainda estava no começo.

Ficou atônita sem ação. Agiram por ela: o pêlo pelo caminho... Tinha um pêlo pelo caminho... Tal como a pedra de Drummond


Andreia Cunha

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