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domingo, 26 de junho de 2011

DE MOACYR SCLIAR À EDUCAÇÃO

...e impressões pessoais sobre a notícia do turista francês

Fico pensando se o saudoso Moacyr Scliar estivesse vivo e continuasse a escrever as crônicas do cotidiano no jornal Folha de S.P. às segundas-feiras como interpretaria a última notícia que me chocou e creio que a outros tantos brasileiros.
Refiro-me à notícia do turista francês que caiu do bonde em Santa Teresa/R.J. e agonizando foi assalto.
Imagino o quanto de crítica não teria o texto dele, autor que tanto admiro e sinto falta de seu sábio modo de interpretar as situações mais esquisitas que durante a semana eram notícia no jornal, para nos fazer repensar sobre inimagináveis fatos ainda assim de modo leve e humorado.
Mediante a dor de um agonizante, a atitude mais comum, até pela fama que o brasileiro carrega, é a de ajudar, a de ser solidário. Ao ler a reportagem, refiz a cena e me perguntei o que aquele ser fez para merecer fim tão trágico. Sei agora que essa não era a verdadeira pergunta que me incomodava.

O fato causou-me tanto repúdio, que me lembrei do poema de Drummond sobre o lixo e não mais vi humanos, apenas vi sombras, espectros do mal, os piores que podem existir chafurdando nas lamas fétidas do esgoto das mesquinharias e maus sentimentos.

O gosto amargo que vivencio é um misto de revolta, compaixão com o turista e seus familiares e uma profunda tristeza em pensar quão egoístas foram as pessoas que agiram desse modo. Não encontro justificativas e nem acho que existam para tamanha inversão ou ausência de valores como as que provavelmente foram presenciadas com o ocorrido.
Só encontro um meio de sairmos da bestialidade: a Educação. Ela nos torna sublimes, capazes de nos colocarmos na posição do outro e, portanto, em condições de sem pensar em recompensas fazermos o tão almejado e sublime BEM.


ANDREIA CUNHA

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